Demasiadamente humano
Uma galeria cagada d pato. Eis a obra e sua presença limite entre a origem roça e o lugar vanguarda. Tudo bem apropriado para se pensar em merda e pão e gente. Gente de corpo e mentira, de vida e representação, pulsão e desgaste. O pato, o pássaro e o homem. Aqueles livres e nós prisioneiros da jaula sem abertura. Corredor que leva ao nada, niilismo, vazio, sensação de miséria. Lágrimas pela sensação de homem que vejo diante de mim. Risos para esconder o homem em sua demasia. Medo, luxúria, inveja, carnificina de sorrisos envolventes em carne exposta. Desejo de vida morta pela casca da pele escondendo as máscaras vazias de ossos brancos manchados pelo vermelho sangue rosado na derme lisa do osso. Dentes brancos sob superfícies esverdeadas, pele cansada pelo tempo da mentira. Quem sou além de corpo exaurido e carne em pele e dentes sorridentes?
Alegria esfuziante do jogo humano que torna o real em mini carretéis espalhados por espaços lisos e cheio de crianças. Nada de ontem e de amanhã naquela sala de espera. Apenas o tempo da dor e da alegria exuberante. Da força manifesta que não pode calar e esconder sua obra de matéria maleável, moelavel, transformável. Acidente humano, desvio, volta ao eterno do mesmo. Corpos atrelados e enovelados pelo confronto entre obra e objeto trivial, alimento saudável para eternos contrários que se devoram insistentemente.
Wagner Rossi
domingo, 16 de maio de 2010
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